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4 erros mais comuns na definição de metas na advocacia

4 erros mais comuns na definição de metas na advocacia

17 fev 2020
Artigo atualizado 16 set 2024
17 fev 2020
ìcone Relógio Artigo atualizado 16 set 2024

É consenso que, para crescer e se profissionalizar cada vez mais, você precisa estabelecer metas na advocacia. No entanto, por mais que seja lugar comum, muitos advogados e advogadas passam grande parte das suas carreiras sem realmente estabelecer metas, ou sem estabelecê-las da forma correta.

Como é uma dificuldade recorrente, vou destacar 4 principais erros que os profissionais da área cometem ao longo da carreira. A ideia é que você possa visualizar essas situações de forma clara para garantir uma definição de metas eficiente. 😉

Erros comuns na definição de metas na advocacia

1. Não ter metas na advocacia

Deixar de definir metas é o maior erro que você pode ter na sua advocacia. É como se você estivesse no meio do mar com um barco à deriva, deixando ele ser levado pelos ventos e pelas correntes. É até possível que você chegue ao seu destino, mas fica muito mais difícil e arriscado.

As metas na advocacia vão servir tanto como mapa quanto como impulso. São elas que vão demonstrar o caminho a  ser traçado, e com elas você vai descobrir a quantidade de força necessária para cada passo.

Grande parte da advocacia já começa a errar aqui, quando não define metas. Sem metas, deixamos nos levar pelas prioridades dos outros, e não fazemos o que é realmente necessário para crescer e avançar.

2. Deixar de registrar as metas traçadas

O segundo maior erro na definição de metas é não deixá-las registradas por escrito. Muitas vezes até pensamos em metas na advocacia, mas não anotamos em um caderno ou em um documento. Isso acaba um efeito duplamente negativo.

Primeiro, não levamos a meta tão a sério, já que ela “não está no papel”. Como advogados, sabemos a importância de um registro escrito, não somente para fins legais, mas para fins psicológicos. Uma meta que foi apenas pensada pode ser descartada ou ignorada com muito mais facilidade que uma meta escrita.

Além disso, existe o fator memória. Não sei quanto a você, mas minha memória não é das melhores. Se eu deixar de anotar algo (um gasto, uma tarefa, um prazo), a probabilidade de esquecer é enorme. E o mesmo se dá com as metas. Uma meta anual, por exemplo, seria muito fácil de ser esquecida ou de ser modificada inconscientemente.

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3. Não aplicar a técnica Smart em metas na advocacia

Uma das técnicas mais famosas para a definição de metas é a técnica SMART, que é um acrônimo para a definição de 5 qualidades que toda meta deve ter:

  • Specific (Específica)
  • Measurable (Mensurável)
  • Achievable (Atingível)
  • Realistic (Realista)
  • Time-Bound (Temporizável)

A seguir, vou passar ponto a ponto, com exemplos, para ficar mais fácil de compreender. 😉

Específica

Um erro clássico é ter uma meta sem especificidade, como, por exemplo, “quero aumentar o faturamento do meu escritório”. Sem especificidade, é impossível medir o progresso e bater metas. Afinal, “aumentar o faturamento” pode ser em R$ 1,00 ou em R$ 100.000,00.

A forma correta de se definir esta meta seria: “quero aumentar meu faturamento em 30%”, ou “quero aumentar o meu faturamento em R$ 50.000,00”.

Mensurável

A meta estabelecida deve ser possível de ser medida. Quando falamos em faturamento é fácil visualizar a forma de medir, mas vamos pensar, por exemplo, em satisfação do cliente.

Se você definiu uma meta de “aumentar em 10% a satisfação do cliente” – que é uma meta específica – também deve ter as ferramentas para medir o cumprimento da meta.

Neste exemplo, uma ferramenta seria, por exemplo, medir o Net Promoter Score (NPS) dos seus clientes mensalmente, para acompanhar seu aumento ou redução.

Atingível

Outro erro tradicional quando estamos começando a traçar metas é colocar uma meta muito difícil de atingir, para servir como “incentivo”. No entanto, o efeito é o oposto: quanto mais distante a meta fica de ser atingida, mais crescem o desânimo e o desespero.

Por isso, sempre defina metas que não sejam extremamente fáceis nem extremamente difíceis. É importante definir uma meta que, apesar de desafiadora, seja atingível.

Realista

A meta deve ser realista, ou seja, não pode ser impossível e precisa fazer sentido no contexto do escritório. Não seria realista, por exemplo, definir como meta ter o Bill Gates como seu cliente.

Além disso, as metas na advocacia devem estar de acordo com o contexto do seu escritório. Uma meta que exija duplicar ou triplicar a equipe em 1 mês muito provavelmente está fora da realidade naquele momento, salvo raríssimas exceções.

Leia mais: Como engajar a equipe de advogados em novas ferramentas?

Temporizável

Qual é a coisa que todo advogado mais teme? Isso mesmo… prazos. E uma boa meta precisa de um prazo para ser cumprido. Afinal de contas, como dizem, “meta sem prazo é sonho”. Só não me cobre a autoria da frase, eu realmente não faço ideia.

Pois bem, toda meta precisa de um prazo de cumprimento. 1 mês? 6 meses? 1 ano? Isso vai variar de acordo com a meta. No entanto, é preciso definir o prazo para que aquela meta seja atingida.

Outro grande erro dos advogados é só conferir se bateram ou não suas metas no final do prazo, e esquecer delas no decorrer do ano.

4. Só conferir a meta no final do prazo

As metas mais comuns de se definir para empresas são as anuais. Acabamos juntando a virada do ano com o prazo final das nossas metas. No entanto, isso não pode ser um pretexto para que as metas sejam esquecidas ao longo do ano.

Pelo contrário, o avanço das metas deve ser constantemente medido, e deve guiar todos os atos do escritório.

Vamos dizer, por exemplo, que a sua meta seja aumentar o faturamento anual do escritório em R$ 48.000,00 – só para me ajudar nas contas. Isso quer dizer que, mensalmente, seu faturamento tem que ser R$ 4.000,00 superior ao do ano anterior.

Se em um mês o faturamento for apenas R$ 3.000,00 acima do ano anterior, no mês seguinte ele terá que subir R$ 5.000,00 para compensar. Saber disso antecipadamente permite planejar mais visitas a clientes, pensar em novas propostas, e tomar quaisquer outras medidas necessárias.

No entanto, se você só for identificar essa diferença em dezembro, nada mais pode ser feito.

Métodos de acompanhamento de metas na advocacia

Uma técnica interessante para acompanhar suas metas na advocacia são os OKRs (Objectives and Key Results). Não vou entrar em detalhes neste artigo, mas nessa técnica você vincula um objetivo (aumentar o faturamento em R$ 48.000,00 no ano) com indicadores chave (assinar 3 contratos por mês, aumentar as horas cobradas em 20%, etc.), e a medição contínua vai mostrar o cumprimento da meta.

Aquino blog da Aurum você encontra um artigo completo sobre OKR na Advocacia. Além de um passo a passo detalhado de como pensar em metas na advocacia, você pode fazer o download de um material exclusivo para te auxiliar na elaboração das metas.

Confira: OKR na advocacia: como fazer um planejamento do Vale do Silício em seu escritório

Conclusão

Deu para notar que a definição de metas na advocacia é muito importante, certo? Eu confesso que nem sempre fiz metas para mim e para o escritório, e minha performance sofria muito com isso.

Quando passei a aplicar conceitos de empreendedorismo jurídico na minha advocacia, como estabelecer e acompanhar metas, meus resultados dispararam, a ponto de dobrar em dois anos seguidos, algo que eu não imaginava ser possível.

Por isso, não espere o próximo ano para estipular metas, se você ainda não tiver feito: faça já! Nada impede que você defina metas em fevereiro, março, ou até mesmo em novembro. Caso tenha feito, revise suas metas com a técnica SMART e determine formas de acompanhá-las.

Depois, volte aqui e me conte o resultado! Espero seu retorno! 😉

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Advogado (OAB 152142/RJ). Bacharel em Direito Universidade Cândido Mendes Centro - Rio de Janeiro. Pós graduado em Direito Imobiliário pela EBRADI. Possuo cursos em Empreendedorismo Jurídico com Rodrigo Padilha; Oratória e Influência do BBI of Chicago; Introdução ao Visual Law...

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