Como ser um bom advogado? Essa é a pergunta que assombra todos os profissionais no mercado. Quando escrevo este artigo, já ultrapassamos a marca de um milhão e trezentos mil advogados ativos na OAB.
Assim, ser um bom advogado e se destacar na carreira são fatores essenciais para quem quer sobreviver e se manter no mercado.
Mas o que é ser um bom advogado? Quais são as habilidades essenciais para se tornar um bom advogado? Vamos começar com a imagem antiga do bom advogado para, depois, tentar atualizar para os dias de hoje.
Continue nos acompanhando na leitura desse artigo para conferir as 5 dicas que podem te auxiliar nessa jornada! 😉
O que costumávamos considerar um bom advogado?
Antigamente, o simples fato de ser formado em Direito já vinha com uma crença de que se era bom advogado. Como o mercado era muito mais restrito, e ainda não tinha ocorrido a explosão das faculdades de Direito, o advogado era uma figura muito mais rara do que estamos acostumados hoje.
Mas, além disso, havia a crença de que o advogado precisava ter um belo escritório, com no mínimo um secretário ou uma secretária em tempo integral. Essa pessoa fazia o papel de “proteger” o advogado do contato direto com o cliente – afinal, um bom advogado não podia estar disponível diretamente.
Haviam mais dois fatores importantes: caprichar no linguajar jurídico e nas palavras difíceis, e estar sempre com um terno impecável.
Veja que toda a construção do advogado era para criar um afastamento, uma distância da figura do cliente. O bom advogado era o inatingível, o incompreensível, pois considerava-se que isso passava uma ideia de maior técnica e competência. No entanto, isso mudou muito de alguns anos para cá.
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Há diversos fatores importantes para ser um bom advogado atualmente. Por isso, vou deixar aqui algumas dicas que considero importantes para os profissionais da advocacia:
1 – O Advogado Lida com Pessoas
Este é um dos fatores mais menosprezados, mas, na minha opinião, é o mais importante: entender que o advogado lida com pessoas, e não com o Direito. O Direito é apenas um instrumento para prestar um serviço ao seu cliente.
Eu sei que parece óbvio. Mas é exatamente por isso que é necessário falar, especialmente porque se trata de um dos pontos mais esquecidos entre os profissionais.
O bom advogado precisa entender bem o seu cliente. Precisa entender que é um prestador de serviços como qualquer outro, e não uma figura distante e inatingível. O atendimento e a satisfação do cliente devem ser os pontos centrais do seu foco.
Até hoje vejo advogados que não falam com clientes no WhatsApp, que se queixam de ligações, que não informam sobre andamentos processuais. São erros básicos que não podem ser cometidos.
Isso não quer dizer que sua disponibilidade deve ser ilimitada. Pelo contrário, é salutar colocar limites de dias e horários de atendimento. Porém, é importante sempre responder aos clientes dentro dos horários estabelecidos.
2 – Vá Além do Tecnicismo
Um bom advogado deve dominar o Direito, isso é indiscutível. No entanto, isso não quer dizer que ele deve ser um tecnicista, um mero reprodutor de leis e conceitos jurídicos.
Pelo contrário, um bom advogado deve saber se comunicar de forma direta e clara com os seus clientes. É importante saber traduzir o “juridiquês” para o português, fazendo o seu cliente entender exatamente o que está ocorrendo no caso.
Simplificar uma explicação ou uma redação não significa que você sabe menos Direito. Pelo contrário, “a simplicidade é o maior grau de sofisticação” é uma máxima que deve ser adotada em toda a sua prática.
3 – Aprenda a Contar Histórias
Você deve estar achando que eu fiquei louco. Qual é a relação entre contar histórias e ser um bom advogado? Porém, se você for analisar bem, tudo que fazemos é contar histórias.
Uma petição inicial e uma contestação são dois pontos de vista da mesma história. Um contrato também pode ser visto como a história de um negócio, descrevendo seu início, seu desenvolvimento e a sua conclusão.
Um bom advogado sabe narrar as histórias de forma concisa, envolvente e interessante para quem lê. Sabe destacar os pontos positivos para o seu cliente na narrativa, conectando com as provas existentes.
Canso de me deparar com peças praticamente incompreensíveis, com textos e narrativas desconexas, exatamente porque a pessoa que as escreveu se preocupou apenas em lançar informações, sem amarrar a história ou, no mínimo, colocá-la em ordem cronológica.
Escrever bem não é aprender uma centena de palavras em latim. É entender que todo caso é uma história a ser contada, e é o nosso papel levar a história do cliente ao juiz.
4 – Estude Outras Matérias
Outro erro comum entre os advogados é estudar apenas Direito. Temos diversas habilidades e áreas do conhecimento que devem ser estudadas para ser um bom advogado, e nenhuma delas costuma fazer parte da nossa formação jurídica.
Precisamos entender um mínimo sobre marketing, vendas, finanças, empreendedorismo, atendimento ao cliente, gestão de pessoas, etc. Todos são temas igualmente importantes para o sucesso profissional, e estão fora do nosso currículo básico.
É importante estudar e pesquisar sobre todas essas áreas, à medida que a necessidade for se apresentando. A importância de cada um desses tópicos vai variar de acordo com o desenvolvimento de sua carreira, mas todos são essenciais.
5 – Supere o seu medo!
Para ser um bom advogado, é preciso deixar o medo de lado e fazer o que deve ser feito.
É muito comum termos medo e insegurança com novos clientes, com propostas de honorários e com diversos atos que devemos praticar no dia a dia. No entanto, este medo não pode se tornar uma justificativa para não realizar os seus objetivos.
Eu sou o primeiro a admitir que tive medo desde os primeiros dias da carreira – e de vez em quando ainda tenho, em situações novas e desafiadoras. No entanto, eu não deixo que o medo me paralise.
Quando tiver alguma insegurança, pesquise, estude, pergunte, peça ajuda. Mas, o importante é seguir sempre em frente.
Conclusão
Ser um bom advogado é simples, mas não é fácil. Procurei passar aqui pontos que, na teoria, são simples de entender, mas que vão precisar de muita prática para se desenvolver.
Mesmo assim, não tenha pressa. A sua carreira não é algo que será definido em 2 ou 3 meses, mas sim, ao longo de muitos anos. Sempre há espaço para melhoria contínua e mudanças.
Comece se conectando com os seus clientes e buscando prestar um serviço de excelência e, assim, a jornada ficará mais fácil.
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Advogado (OAB 152142/RJ). Bacharel em Direito Universidade Cândido Mendes Centro - Rio de Janeiro. Pós graduado em Direito Imobiliário pela EBRADI. Possuo cursos em Empreendedorismo Jurídico com Rodrigo Padilha; Oratória e Influência do BBI of Chicago; Introdução ao Visual Law...
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